Às vezes uma frase significa muito mais do que podemos imaginar. Às vezes uma estrofe pode ter a força de materializar um sonho guardado, reprimido, temido, mas desejado. Às vezes uma música, a mesma música que contém a estrofe materializadora e a frase significante, esta música pode tornar o sonho sonhado várias vezes e guardado no subconsciente, no desejo desejado impulsivamente no âmago do meu ser e trancafiado a sete chaves, ela (a música), pode transformar tudo isso e muito mais numa realidade aumentada, verdadeira e compulsiva, florescida no jardim secreto do meu coração.
Eu quero ser mais do que o meu corpo e a minha mente me permite ser. Eu quero ser aquilo que eu não fui até agora e ainda posso ser e aquilo que eu sempre quis ser. Aquilo que eu sempre fui e que ainda não me permitir ser. O que eu sou? O que eu sou que ainda não fui e que ainda quero muito ser? Já sei!!! Eu sou alguém que vive em mim e não vive ao mesmo tempo. Que aparece e desaparece. Quer florescer e não desabrocha. Quer voar e não se sente livre nem encontra asas para alçar as alturas do sonho e do desejo. Quer amar, mas não sabe a quem entregar o amor ou sabe e não tem como encontrar esse alguém e entregar esse amor, porque esse alguém não está perto e nem sequer sabe da existência desse amor.
Ele ou ela? Oh! Música denunciadora e realizadora dos sonhos oprimidos e desejos inigualáveis revela na tua doce melodia, nos teus mais simples acordes, na tua bem traçada letra, revela enfim a mais bela e formosa flor: feminina ou masculina? do secreto jardim localizado não mais no coração, mas no fundo da alma ofegante de um corpo fragilizado pela limitação de uma mulher, mas dominado pela paixão voraz de uma “entendida” na arte de voar, de se elevar, de ser mais do que o corpo permite ser.